Esta medida estratégica visa demonstrar a dependência da indústria ocidental, nomeadamente a automóvel e tecnológica, de matérias-primas processadas maioritariamente por Pequim. A decisão da China de endurecer os controlos sobre as exportações de terras raras foi uma resposta direta à possibilidade de uma nova escalada de tarifas por parte da administração Trump. O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, acusou a China de tentar "prejudicar a economia mundial" com esta medida.
A indústria automóvel europeia foi uma das primeiras a sentir o impacto, com Roberto Vavassori, presidente da associação italiana de fabricantes de componentes (ANFIA), a alertar que as reservas destes materiais essenciais estavam "praticamente esgotadas". Vavassori afirmou que "esse colchão já não existe", sublinhando o risco para a produção de veículos elétricos, que dependem de elementos como neodímio e disprósio para os seus motores.
A Comissão Europeia manifestou preocupação, afirmando estar a receber "muitos contactos constantes da indústria europeia, especialmente de empresas automóveis".
O governo holandês foi mais longe e assumiu o controlo da fabricante de semicondutores Nexperia, detida por capitais chineses, invocando "uma ameaça à continuidade e salvaguarda" de tecnologia crucial, uma decisão que a empresa-mãe Wingtech classificou como "interferência excessiva motivada por preconceitos geopolíticos". Este confronto em torno das terras raras e tecnologia de semicondutores ilustra a complexidade da guerra comercial, onde as tarifas são apenas uma das armas utilizadas para exercer pressão económica e estratégica.













