Esta medida, formalizada num acordo entre o presidente norte-americano Donald Trump e a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, está a ter um impacto direto e significativo no equilíbrio da balança comercial da União Europeia.

De acordo com os dados do Eurostat, as trocas comerciais de bens entre os dois blocos económicos sofreram uma quebra homóloga de 14,3% em agosto, fixando-se em cerca de 59,3 mil milhões de euros. A deterioração foi particularmente acentuada nas exportações europeias para os EUA, que registaram uma contração homóloga de 22,2%, caindo para menos de 33 mil milhões de euros — o valor mais baixo dos últimos quatro anos. Como consequência, o excedente comercial da UE com os EUA sofreu uma compressão abrupta, caindo 57,7% em termos homólogos para menos de 6,5 mil milhões de euros, um valor que não se via desde janeiro de 2023. A nova taxa de 15% aplica-se a setores estratégicos como automóveis e componentes, produtos farmacêuticos, semicondutores e madeira.

O setor automóvel, que inicialmente enfrentava uma tarifa de 27,5%, viu a taxa ser reduzida, mas continua a ser um dos mais penalizados. Analistas do ING alertam que as tarifas, aliadas a uma perda estrutural de competitividade, estão a afetar fortemente as exportações europeias, com um impacto direto estimado de -0,3% no PIB da UE a curto prazo.

A tendência descendente deverá aprofundar-se à medida que os efeitos completos das tarifas se fizerem sentir nos fluxos comerciais.