Em resposta direta às tarifas norte-americanas sobre veículos importados da Europa, o grupo automóvel Stellantis anunciou um investimento histórico de 13 mil milhões de dólares para expandir a sua produção nos Estados Unidos. Esta manobra estratégica visa aumentar a produção anual em 50%, criar mais de 5.000 empregos e mitigar o impacto financeiro das taxas alfandegárias, que penalizam fortemente a rentabilidade da empresa na América do Norte. O plano de investimento, o maior nos 100 anos de história da empresa nos EUA, abrange fábricas em cinco estados e prevê o lançamento de cinco novos modelos. Entre as principais iniciativas, destaca-se a reabertura da fábrica de Belvidere, em Illinois, com um investimento de 600 milhões de dólares para produzir os modelos Jeep Cherokee e Jeep Compass a partir de 2027. Outros investimentos incluem a produção de uma nova pick-up em Toledo, Ohio, e o desenvolvimento de um novo SUV de grandes dimensões em Warren, Michigan.
Antonio Filosa, CEO da Stellantis e responsável pelas operações na América do Norte, afirmou que "este investimento nos EUA – o maior da história da empresa – irá impulsionar o nosso crescimento, reforçará a nossa presença fabril e trará mais empregos americanos".
A decisão surge num contexto em que o setor automóvel foi um dos primeiros visados pelas políticas protecionistas de Donald Trump, com uma taxa inicial de 25% sobre carros não fabricados nos EUA, posteriormente reduzida para 15% no acordo com a UE. A agência de rating Moody's já tinha revisto em baixa a perspetiva da Stellantis de "estável" para "negativa", citando o "fraco desempenho operacional" e o "impacto das tarifas de importação dos EUA" como fatores de pressão sobre a rentabilidade.
Em resumoO investimento massivo da Stellantis nos EUA representa uma resposta estratégica e pragmática às barreiras tarifárias, transformando um desafio comercial numa oportunidade para reforçar a produção local, reduzir custos logísticos e proteger a sua quota de mercado num dos seus mercados mais importantes.