Esta situação demonstra como a política comercial protecionista está a afetar o segmento de luxo, que até agora se mostrava mais resiliente.

A Porsche divulgou que as suas vendas na América do Norte caíram 4,8% no terceiro trimestre de 2025, uma quebra que a empresa atribui, em parte, ao peso das tarifas impostas pela administração Trump.

Além da redução nas vendas, os custos associados a estas taxas já acumulam centenas de milhões de euros para a marca alemã.

Este cenário não é exclusivo da Porsche.

O grupo Stellantis, embora tenha respondido com um forte investimento nos EUA, também sentiu a pressão.

A agência de rating Moody's reviu a perspetiva da Stellantis para "negativa", citando o "fraco desempenho operacional" e o "impacto das tarifas de importação dos EUA" como fatores que pressionam a rentabilidade. O setor automóvel foi um dos primeiros alvos das tarifas de Trump, que chegaram a atingir 27,5% antes de serem reduzidas para 15% no acordo com a UE. Mesmo com a redução, o impacto continua a ser significativo, afetando as margens de lucro e forçando as empresas a reavaliar as suas estratégias de produção e investimento para o mercado norte-americano.