Enquanto outros setores europeus registaram quedas acentuadas, as exportações têxteis nacionais diminuíram apenas marginalmente, demonstrando uma capacidade de adaptação e competitividade que superou a concorrência. De acordo com a Associação Têxtil e do Vestuário de Portugal (ATP), as exportações do setor registaram uma queda inferior a 1%, um comportamento considerado muito positivo face ao contexto adverso. Ricardo Silva, presidente da ATP, afirmou que este desempenho demonstra que a produção nacional está não só a manter os seus mercados, mas a revelar "um comportamento muito acima do que está a acontecer com a concorrência".

Um exemplo concreto desta resiliência é a empresa Texser, de Guimarães, que encara o mercado norte-americano como um motor de expansão.

Apesar das tarifas, os EUA já representam 30% das suas vendas, e a empresa planeia aumentar essa quota.

Paulo Loureiro, diretor comercial da Texser, revelou ao Portugal Têxtil que as taxas não impactam significativamente os seus produtos, embora gerem incerteza para clientes que dependem de confeção por terceiros. Esta capacidade de resistir e até de prosperar num ambiente tarifário hostil sugere que a aposta na qualidade, inovação e nichos de mercado está a permitir que o setor têxtil português navegue com sucesso as águas turbulentas do comércio internacional.