O metal precioso ultrapassou a barreira dos 4.200 dólares por onça, refletindo uma profunda aversão ao risco e uma perda de confiança nos mercados tradicionais.

A escalada do ouro, que já valorizou cerca de 58% desde o início do ano, é diretamente atribuída por analistas ao "aumento da tensão comercial entre Estados Unidos da América e China", bem como a "grandes conflitos bélicos no Médio Oriente e no Leste da Europa". Este movimento é descrito como um "comércio da desvalorização", no qual os investidores compram ouro como uma proteção de longo prazo contra a erosão do valor das moedas fiduciárias, num contexto de políticas económicas que fomentam a inflação.

A procura robusta é sustentada não apenas por investidores individuais, mas também por fortes compras por parte de bancos centrais, especialmente de países em desenvolvimento que procuram diversificar as suas reservas e reduzir a dependência do dólar. A expectativa de novos cortes nas taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA, para estimular a economia face aos riscos comerciais, torna o ouro ainda mais atrativo, reduzindo o custo de oportunidade de o deter.

Bancos de investimento como o Bank of America e o Goldman Sachs já projetam que o preço possa atingir os 5.000 dólares por onça em 2026.