A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), maior fabricante mundial de semicondutores, está a responder às crescentes tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China com uma estratégia de diversificação geográfica da sua produção. Apesar de ter registado um aumento de quase 40% no lucro líquido no último trimestre, impulsionado pela forte procura de chips para inteligência artificial, a empresa enfrenta um ambiente de incerteza que a levou a realizar investimentos avultados em novas fábricas nos EUA e no Japão. A TSMC, fornecedora de gigantes como a Apple e a Nvidia, comprometeu-se a investir um total de 100 mil milhões de dólares nos EUA, incluindo a construção de novas fábricas no estado do Arizona.
Esta medida visa mitigar os riscos associados a potenciais tarifas sobre as suas exportações para o mercado norte-americano e a uma eventual disrupção nas cadeias de abastecimento devido a conflitos geopolíticos.
A estratégia reflete uma reconfiguração da geografia global da produção de semicondutores, que até agora se concentrava maioritariamente em Taiwan. Analistas da Morningstar consideram que, "dada a posição dominante da empresa", é pouco provável que a TSMC "venha a ser prejudicada mesmo que enfrente tarifas sobre exportações para os EUA".
No entanto, a própria empresa opta pela prudência, investindo para garantir a proximidade aos seus principais mercados e reduzir a sua dependência de uma única localização geográfica, num claro sinal de que a guerra comercial está a forçar uma reestruturação profunda das cadeias de valor tecnológicas.
Em resumoAs tensões comerciais entre EUA e China estão a forçar a TSMC, líder mundial de semicondutores, a uma dispendiosa diversificação da sua produção para os Estados Unidos. Esta estratégia visa proteger a empresa de tarifas e disrupções, alterando o mapa global da indústria tecnológica e sublinhando o impacto duradouro das políticas protecionistas.