Grupos como a Stellantis e a Porsche enfrentam quebras nas vendas e compressão das margens, respondendo com investimentos estratégicos e reestruturações internas. A Porsche atravessa um dos seus "períodos mais difíceis", com as vendas globais a cair, margens "esmagadas" e "tarifas que já custam centenas de milhões". A situação é um dos fatores que contribuem para a crise de rentabilidade da marca de Estugarda e para as mudanças na sua liderança. Em contraste, a Stellantis, que também foi "castigada pelas tarifas de Donald Trump", anunciou uma resposta proativa e de grande escala. O grupo vai realizar o seu "maior investimento em 100 anos de história" nos EUA, no valor de 13 mil milhões de dólares, com o objetivo de aumentar a produção anual no país em 50%. Esta medida visa contornar as tarifas, que chegam a 25% para veículos não fabricados nos EUA, produzindo localmente cinco novos modelos e criando mais de 5.000 empregos.

A decisão de adiar a apresentação do seu novo plano estratégico para 2026 está, em parte, relacionada com a necessidade de avaliar o impacto destas tarifas. A agência de notação Moody's já reviu em baixa a perspetiva da Stellantis de "estável" para "negativa", citando o "fraco desempenho operacional" e o "impacto das tarifas de importação dos EUA" como fatores de risco. As diferentes abordagens evidenciam a pressão que a política comercial americana exerce sobre a indústria europeia, obrigando-a a repensar as suas cadeias de produção e estratégias de mercado.