Esta decisão surge após a agência de notação Moody's ter revisto em baixa a perspetiva da empresa, citando o fraco desempenho operacional e o impacto negativo das taxas alfandegárias.

A Stellantis, que detém marcas como a Peugeot, Fiat e Jeep, tem sido particularmente “castigada pelas tarifas de Donald Trump aos carros importados da União Europeia”.

Inicialmente, o setor automóvel enfrentava uma taxa de 27,5%, que foi posteriormente reduzida para 15% após um acordo com a UE.

Mesmo com a redução, o impacto financeiro continuou a ser significativo.

A Moody's salientou que o “impacto das tarifas de importação dos EUA pressionaram ainda mais a rentabilidade e o fluxo de caixa” do grupo, contribuindo para a revisão da sua perspetiva de “estável” para “negativa”.

Como resposta direta, a Stellantis decidiu transferir parte da produção para solo americano.

O investimento, o maior da sua história nos EUA, visa não só evitar os custos tarifários, mas também criar mais de 5.000 empregos e lançar cinco novos modelos. Antonio Filosa, CEO da Stellantis e COO da América do Norte, afirmou que “acelerar o crescimento nos EUA tem sido uma prioridade”, e que o investimento irá “reforçar a presença fabril” da empresa. Esta estratégia de relocalização da produção é precisamente o que a administração Trump pretendia ao impor as tarifas, transformando uma barreira comercial num incentivo ao investimento direto no país.