Num cenário adverso, as perdas no sistema bancário poderiam ascender a 628 mil milhões de euros.
Durante uma audição no Parlamento Europeu, a presidente do Conselho de Supervisão do BCE, Claudia Buch, sublinhou que fatores como a rivalidade entre grandes potências, conflitos armados e a fragmentação das cadeias de valor estão a aumentar a incerteza e a travar o crescimento económico.
Segundo as simulações do BCE, um choque macroeconómico severo, alimentado por tarifas mais altas, poderia fazer o rácio de crédito malparado subir para 5,8%, um nível semelhante ao registado em 2014, durante a crise da dívida soberana. Atualmente, este rácio situa-se em cerca de 2%.
“As perdas agregadas ascenderiam a 628 mil milhões de euros, o que representa mais 80 mil milhões de euros, ou 14% do que no teste de esforço anterior”, exemplificou Buch, apelando à prudência por parte das instituições financeiras. A supervisora defendeu ainda a necessidade de reforçar o quadro de gestão de crises bancárias na União Europeia, incluindo a conclusão da União Bancária, para garantir a estabilidade financeira e proteger os depositantes sem depender de fundos públicos.
Buch concluiu que “os desafios atuais exigem mais Europa, não menos”, alertando que o enfraquecimento das normas regulatórias poderia comprometer a confiança no setor.













