A medida, que se soma à desvalorização do dólar, ameaça a competitividade das exportações nacionais e pode desviar clientes para alternativas mais económicas.

As exportações portuguesas de pedra natural, que anteriormente beneficiavam de uma taxa zero no mercado americano, viram os seus custos aumentar drasticamente. Segundo Miguel Goulão, presidente da Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assimagra), "somando a taxa com a desvalorização do dólar, estamos a falar de um incremento de preço de cerca de 40%".

Este aumento abrupto coloca em risco a posição de Portugal num mercado que, embora não seja o principal em volume, é um dos que mais valoriza o produto nacional. O presidente da Assimagra alerta que, embora os contratos existentes estejam a ser cumpridos, "o desafio será para os novos projetos", existindo "o risco de o mercado procurar soluções alternativas, como compósitos e produtos cerâmicos mais baratos".

Apesar da nova tarifa, o setor português ainda mantém alguma vantagem competitiva face a outros concorrentes, como a China, cujos produtos enfrentam taxas de 50%.

No entanto, a nova realidade comercial exige que as empresas portuguesas reforcem a aposta na diferenciação e no valor acrescentado para justificar os preços mais elevados e manter a sua quota de mercado.