A medida, interpretada como uma retaliação no contexto da guerra comercial com os EUA, expõe a profunda dependência estratégica da Europa face ao domínio chinês no processamento destas matérias-primas.

O alerta foi lançado por Roberto Vavassori, presidente da associação italiana de fabricantes de componentes automóveis (ANFIA), que afirmou que as reservas europeias destes materiais essenciais estão praticamente esgotadas.

"Esse colchão já não existe", declarou, sublinhando a urgência da situação.

A China refina e processa a grande maioria das terras raras a nível mundial, incluindo elementos como neodímio e disprósio, que são fundamentais para os ímanes de alto desempenho usados em veículos elétricos.

A decisão de Pequim de controlar a sua exportação é vista como uma forma de "arma comercial", com o potencial de paralisar as cadeias de abastecimento e travar o ritmo da transição energética no setor automóvel europeu.

A medida surge num momento em que a Europa tenta reduzir a sua dependência através do Regulamento das Matérias-Primas Críticas, que visa aumentar a produção e refinação interna até 2030.

No entanto, a implementação desta estratégia tem sido lenta, e qualquer nova limitação por parte da China poderá comprometer seriamente os objetivos industriais e climáticos do continente.