A gigante tecnológica tem enfrentado volatilidade nas suas ações devido às tarifas impostas por Donald Trump, ao mesmo tempo que procura manter a sua vasta cadeia de produção e o acesso ao mercado chinês. As ações da empresa sofreram uma queda acentuada em abril, após o anúncio de tarifas sobre produtos chineses, o que levou a Apple a perder quase 640 mil milhões de dólares em valor de mercado. Como resposta, a empresa negociou "isenções tarifárias condicionais para os iPhones e semicondutores", comprometendo-se em contrapartida a investir 500 mil milhões de dólares para "apoiar a iniciativa do governo em fortalecer a produção nacional" nos EUA.

Esta estratégia de mitigação de riscos não eliminou a incerteza, com a empresa a enfrentar a ameaça de novas tarifas de 100% contra a China.

Simultaneamente, o CEO da Apple, Tim Cook, tem reforçado a cooperação com Pequim. Numa reunião com o ministro chinês da Indústria, Cook garantiu que a empresa irá aprofundar a colaboração com a China, visando um desenvolvimento "mutuamente benéfico".

A "Grande China" representa o terceiro maior mercado da Apple, e a empresa mantém uma vasta rede de fornecedores no país, apesar de ter começado a diversificar parte da sua produção para outras nações asiáticas. Esta dupla abordagem, de investimento nos EUA para apaziguar Washington e de reforço dos laços com Pequim, demonstra a complexa manobra diplomática e económica que a Apple está a executar para proteger os seus interesses globais.