A medida, inserida numa política protecionista mais ampla da administração Trump, gerou forte pressão sobre setores estratégicos como o automóvel, farmacêutico, semicondutores e matérias-primas.
A indústria automóvel foi uma das mais afetadas.
Empresas como a Volvo descreveram as tarifas como o seu “principal obstáculo”, embora tenham reconhecido que o acordo subsequente entre os EUA e a UE, que fixou a taxa em 15%, ofereceu “a necessária clareza e reduzindo os custos de importação”. Outros gigantes como Ford, Stellantis, Volkswagen e Toyota contabilizaram milhares de milhões de dólares em custos relacionados com as novas taxas. O impacto estendeu-se a outros setores, com a H&M a alertar que as tarifas continuariam a pressionar as margens e a Assimagra, associação da indústria de recursos minerais, a relatar que as exportações de pedra natural portuguesa para os EUA encareceram cerca de 40%, combinando a nova taxa de 15% com a desvalorização do dólar. A consequência direta destas medidas foi uma contração acentuada no comércio de bens entre os blocos, que em agosto registou a maior quebra desde 2021, com uma queda homóloga de 14,3%. As exportações europeias para os EUA sofreram uma contração de 22,2%, resultando numa compressão abrupta do excedente comercial da UE.
Apesar dos impactos, figuras como Christine Lagarde, presidente do BCE, consideraram que o efeito no crescimento e na inflação na zona euro foi “amenizado por um euro mais forte”.














