As exportações portuguesas de pedra natural para os Estados Unidos enfrentam um aumento de custos de cerca de 40%, devido à combinação de novas tarifas de importação e da desvalorização do dólar. A medida está a gerar preocupação na indústria, que teme a perda de competitividade num mercado que valoriza o produto nacional. De acordo com Miguel Goulão, presidente da Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assimagra), as exportações de rocha ornamental, que anteriormente tinham uma “taxa zero”, passaram a estar sujeitas a uma nova taxa de 15% imposta pelos EUA. Este encargo, somado à desvalorização do dólar, resulta num “incremento de preço de cerca de 40%”.
Embora os contratos existentes estejam a ser cumpridos, o presidente da Assimagra alerta que “o desafio será para os novos projetos”.
A principal preocupação é que “há o risco de o mercado procurar soluções alternativas, como compósitos e produtos cerâmicos mais baratos”, o que poderia desviar a procura dos produtos portugueses.
Apesar do aumento, o setor mantém alguma vantagem competitiva em relação a outros países, como a China, cujos produtos enfrentam uma taxa de 50%. Miguel Goulão refere que, apesar da nova taxa, “estamos todos em igualdade de circunstâncias na Europa”.
Os Estados Unidos não são o principal mercado de exportação em volume para a pedra portuguesa — essa posição pertence à França —, mas são um dos mercados que mais valoriza o produto, tornando qualquer barreira comercial particularmente prejudicial para a rentabilidade do setor.
Em resumoA imposição de uma nova tarifa de 15% pelos EUA, agravada pela desvalorização do dólar, resultou num aumento de 40% no custo da pedra ornamental portuguesa no mercado americano. Esta situação ameaça a competitividade do setor em futuros projetos, levando a indústria a temer que os clientes procurem alternativas mais económicas.