As negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China decorrem sob um clima de crescente tensão, marcado pela ameaça do Presidente Donald Trump de agravar drasticamente as taxas sobre produtos chineses e por novas restrições mútuas que afetam setores tecnológicos estratégicos. A escalada de tensões entre Washington e Pequim intensificou-se com a imposição de "novas tarifas portuárias mútuas" e a ameaça do Presidente norte-americano de aumentar as "taxas sobre os produtos chineses para 100%, a partir de 01 de novembro". Esta retórica agressiva surge em resposta às restrições chinesas à exportação de terras raras, um conjunto de metais cruciais para a indústria tecnológica, que Pequim justificou com razões de segurança nacional. Washington, por sua vez, considera estas medidas "desproporcionais" e pondera retaliar com a proibição de exportações de "software crítico" para a China.
Este cenário de guerra comercial já tem repercussões económicas visíveis, com a política tarifária da Casa Branca a ser apontada como um dos fatores para a aceleração da inflação nos EUA.
Empresas globais, como a Toyota, Ford e Nike, reportaram custos de milhares de milhões de dólares devido às tarifas e estão a rever as suas previsões.
Apesar do ambiente hostil, decorrem esforços diplomáticos para mitigar os danos.
Delegações de alto nível, incluindo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, reuniram-se na Malásia para procurar aproximar posições antes de um esperado encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
O mercado financeiro reage com otimismo a estes encontros, na esperança de uma redução da tensão, mas a incerteza permanece elevada, condicionando o investimento e o comércio global.