Fabricantes como o Grupo Volkswagen, incluindo a fábrica da Autoeuropa em Palmela, admitem estar em alerta máximo perante o risco de interrupções na produção.

A crise teve início quando o governo dos Países Baixos, sob pressão dos EUA, assumiu o controlo da Nexperia, uma fabricante de semicondutores detida pela empresa chinesa Wingtech, alegando preocupações com a propriedade intelectual. Em retaliação, Pequim proibiu as exportações de componentes produzidos pela subsidiária chinesa da Nexperia. Embora não sejam de ponta, estes chips são essenciais para até 700 componentes críticos em veículos convencionais, como sistemas de iluminação e controlo eletrónico. A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) alertou que os stocks atuais devem durar apenas algumas semanas.

A situação já levou a Volkswagen a criar uma "task-force" para monitorizar a cadeia de abastecimento. A Autoeuropa garantiu a produção para a próxima semana, mas admitiu estar a acompanhar a situação com "grande preocupação", não descartando "impactos de curto prazo".

O fornecedor Bosch também enfrenta "desafios significativos" e espera uma "resolução rápida" para aliviar o "estrangulamento".

O apelo por uma resposta coordenada foi reforçado pela CLEPA (Associação Europeia dos Fornecedores Automóveis), que sublinhou que a transformação da mobilidade na Europa depende de um ecossistema de semicondutores estável.