A decisão, que visa proteger a siderurgia europeia da concorrência asiática, é vista como uma ameaça à competitividade da indústria metalomecânica, um setor campeão das exportações portuguesas.
Preocupada com o domínio de produtores asiáticos, a Comissão Europeia pretende reforçar a sua política protecionista. A medida de salvaguarda atual, que impõe taxas de 25% sobre as quantidades de aço que ultrapassam as quotas de importação, termina em junho de 2026. A proposta em cima da mesa é substituí-la por uma medida permanente que eleva as taxas para 50%.
Adicionalmente, estão a decorrer processos de antidumping, como o que já impôs taxas entre 14% e 60% sobre a folha de flandres da China.
Vítor Neves, presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), alerta para as consequências: "A indústria transformadora metalomecânica europeia vai perder competitividade". O presidente da AIMMAP explica que a medida cria "concorrência desleal", pois encarece a matéria-prima para os produtores europeus, mas não se aplica a produtos acabados ou semiacabados importados de fora da UE, que podem assim entrar no mercado a preços mais baixos.
Para Portugal, onde o setor metalomecânico representa mais de 30% das exportações de bens, o impacto pode ser "fortíssimo".













