Estes choques afetam sobretudo a Irlanda, descrita como "um país fortemente exportador para os Estados Unidos", e contribuem para "sufocar a procura e atrasar as decisões de investimento" em toda a região. A persistência desta instabilidade comercial é vista como um risco significativo para as perspetivas económicas, levando os analistas a considerar os "impactos adversos atrasados das tarifas norte-americanas" como um fator que poderá justificar futuras decisões de política monetária.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, embora sem se comprometer com uma trajetória específica para as taxas, reconheceu que a instituição está preparada "para enfrentar choques futuros".

Neste contexto, a manutenção das taxas de juro é vista como uma medida prudente, enquanto se aguarda por maior clareza sobre a evolução da inflação e do crescimento. A possibilidade de um agravamento da situação, com um euro mais forte ou um adiamento do estímulo fiscal alemão, poderia mesmo levar o BCE a considerar novos cortes nas taxas em 2026, demonstrando como as políticas tarifárias se tornaram uma variável crítica na formulação da política monetária europeia.