O novo pacote tarifário reflete a estratégia da administração Trump de incentivar a produção doméstica, combinando penalizações a importações com benefícios para a produção local.
As novas taxas incluem uma tarifa de 25% sobre camiões de média e pesada dimensão e 10% sobre autocarros importados, excluindo os veículos abrangidos pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA). Em simultâneo, foi prolongado até 2030 um programa de alívio tarifário sobre peças de automóveis, que concede um reembolso de 3,75% sobre o preço de venda de cada veículo produzido nos EUA.
O impacto destas políticas nos construtores europeus tem sido severo.
O grupo Volkswagen, por exemplo, reportou uma queda de 57,8% no lucro operacional, com o seu responsável financeiro, Arno Antlitz, a atribuir custos adicionais de 7,5 mil milhões de euros ao “aumento das tarifas dos EUA e à mudança de estratégia do fabricante de carros desportivos Porsche”. Da mesma forma, a Mercedes-Benz registou uma queda de mais de 50% nos lucros, citando as tarifas norte-americanas e o abrandamento na China como fatores determinantes. A Nissan também apontou a “volatilidade cambial, tarifas e outros fatores externos” como dificuldades para as suas previsões financeiras.
Esta política comercial, que visa proteger e estimular a indústria americana, está a reconfigurar as cadeias de abastecimento globais e a impor custos substanciais aos fabricantes estrangeiros, forçando-os a absorver perdas ou a repensar as suas estratégias de produção e preço para o mercado norte-americano.














