Apesar do acordo político para limitar as tarifas, a incerteza persistente e o aumento da concorrência das importações estão a afetar a atividade económica e os preços ao produtor. O acordo político, alcançado em julho para limitar as tarifas norte-americanas sobre as importações europeias a 15%, foi recebido com uma reação “mista” pelas empresas, de acordo com um inquérito do BCE a 71 companhias não financeiras.
Embora alguns o considerassem um “compromisso razoável”, muitos sublinharam que “a incerteza persistia, visto que os detalhes permaneciam obscuros”.
O impacto na atividade económica foi avaliado como negativo, não apenas devido à redução das exportações para os EUA, mas também pelo “aumento da concorrência das importações, já que o mercado da UE é o mais exposto ao redirecionamento dos fluxos comerciais”.
Esta perceção é corroborada por líderes empresariais portugueses que, numa reunião com o vice-presidente da Comissão Europeia, Stéphane Séjourné, alertaram para a “dificuldade acrescida” que as “tarifas americanas” impõem a setores como o farmacêutico, metalúrgico e têxtil.
A maioria das empresas transformadoras inquiridas pelo BCE indicou que as tarifas estavam a afetar negativamente os preços ao produtor na zona euro.
Embora parte dos custos tarifários tenha sido transmitida aos clientes americanos, “uma parcela significativa foi absorvida pelas margens de lucro”.
O acordo, que visava mitigar as tensões comerciais, parece não ter sido suficiente para dissipar as preocupações do tecido empresarial europeu, que continua a enfrentar um ambiente de negócios desafiador.














