A situação, que já levou a Bosch de Braga a anunciar um 'lay-off' para 2.500 trabalhadores, expõe a extrema vulnerabilidade das cadeias de fornecimento a tensões políticas.
A crise teve origem quando o governo neerlandês, alegadamente sob pressão dos EUA, interveio na Nexperia, empresa sediada nos Países Baixos mas controlada pelo grupo chinês Wingtech, por receios de transferência de tecnologia.
Em retaliação, Pequim bloqueou as exportações de 'chips' da Nexperia, componentes essenciais para funções básicas em veículos modernos.
Embora grande parte da produção ocorra na Europa, cerca de 70% dos 'chips' são embalados na China, o que tornou o bloqueio eficaz.
A Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA) alertou para paragens de produção "iminentes".
Fabricantes como Volkswagen, Mercedes-Benz, Nissan e Honda já admitiram o risco de interrupções. O CFO da Volkswagen, Arno Antlitz, classificou o problema como "político", uma visão partilhada por Ola Källenius, CEO da Mercedes-Benz.
Em Portugal, a situação é crítica: a Bosch Braga recorreu ao 'lay-off' até abril de 2026, e a coordenadora das Comissões de Trabalhadores da Autoeuropa manifestou "grande preocupação", alertando que a estabilidade do emprego está em risco. A associação setorial ANIMEE já solicitou ao Governo a reativação do regime de 'lay-off' simplificado para evitar uma "crise industrial mais profunda".











