A Comissão Europeia aprovou um aumento significativo das tarifas sobre as importações de aço, duplicando a taxa de 25% para 50% e reduzindo a quota de importação isenta em 47%. A medida, justificada como uma forma de proteger a indústria siderúrgica e os empregos europeus da concorrência de baixo custo da China, gerou forte preocupação no setor metalúrgico português. A decisão foi anunciada pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Stéphane Séjourné, que a descreveu como "a nova cláusula de salvaguarda do aço" e um passo para a "reindustrialização da Europa". Séjourné destacou que, em 2024, foram eliminados 18.000 postos de trabalho diretos na indústria siderúrgica, um número que considerou "excessivo".
No entanto, a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) reagiu prontamente, alertando para o "impacto negativo" da medida.
Numa reunião em Lisboa com o próprio Séjourné, o vice-presidente da AIMMAP, Rafael Campos Pereira, argumentou que as novas taxas "colocam em risco a competitividade das empresas portuguesas num contexto internacional já altamente desafiante".
Segundo o dirigente, as tarifas "vão seguramente penalizar muito as exportações e comprometer o investimento, o emprego, a inovação e a criação de riqueza".
A AIMMAP defende a necessidade de um "diálogo construtivo" para encontrar "soluções equilibradas" que protejam tanto os objetivos comerciais da UE como a sustentabilidade das empresas europeias.
Em resumoA UE impôs uma tarifa de 50% sobre o aço importado para proteger a sua indústria da concorrência chinesa, uma medida que a Comissão Europeia considera essencial para a reindustrialização. Contudo, o setor metalúrgico português alerta que esta decisão poderá comprometer a competitividade, as exportações e o investimento a nível nacional e europeu.