Esta situação evidencia a vulnerabilidade das cadeias de abastecimento internacionais às políticas comerciais protecionistas e levanta incertezas sobre o futuro do setor.
A gigante automóvel japonesa, Toyota, viu o seu lucro líquido cair 7% entre abril e setembro, um resultado diretamente atribuído às tarifas norte-americanas, cujo impacto a empresa estimou em 900 mil milhões de ienes (cerca de 5,1 mil milhões de euros). As taxas sobre automóveis foram fixadas em 15% no âmbito de um acordo comercial assinado em julho entre os EUA e o Japão.
Apesar das dificuldades, o diretor financeiro da Toyota, Kenta Kon, afirmou que o forte desempenho noutras regiões, como a China, Europa e América Latina, tem servido de contrapeso.
A situação não é exclusiva da Toyota; outros grandes fabricantes, como o Grupo Volkswagen, também reportaram perdas substanciais, estimadas em cinco mil milhões de euros por ano devido às tarifas.
O contexto é agravado pela imprevisibilidade da política comercial norte-americana, que, para além das taxas sobre automóveis, impôs uma tarifa de 25% sobre camiões e 10% sobre autocarros importados. Em contrapartida, foi anunciado o prolongamento até 2030 de um alívio tarifário sobre peças de automóveis, numa tentativa de equilibrar a proteção da indústria doméstica com os custos de produção.
A complexidade do cenário é acentuada pela incerteza jurídica, uma vez que o Supremo Tribunal dos EUA irá pronunciar-se sobre a legalidade das tarifas de Trump, uma decisão que poderá redefinir as regras do comércio internacional.
Analistas da AllianzGI observam que, embora as economias globais tenham conseguido absorver o choque inicial, a instabilidade prolongada poderá afetar o crescimento económico.











