Esta adaptação estratégica, que inclui a diversificação de fornecedores e a alteração dos modelos de distribuição, reflete uma nova realidade empresarial focada na resiliência operacional face à incerteza geopolítica. A Mattel, fabricante de brinquedos, enfrenta uma nova dinâmica em que os retalhistas estão a reduzir o volume das encomendas e a transferir a responsabilidade pelo armazenamento e importação para a empresa. Esta mudança força a Mattel a adotar um modelo mais “just-in-time”, o que resultou num aumento dos seus inventários em 89 milhões de dólares e pressionou as margens de lucro.
Segundo o CFO, Paul Ruh, o impacto económico é “neutro” para a Mattel devido à sua escala, mas seria insustentável para fabricantes mais pequenos.
De forma semelhante, a McCormick & Co., gigante de condimentos, elevou o impacto previsto das tarifas para 140 milhões de dólares em 2025. Para mitigar estes custos, a empresa está a acelerar medidas como o “sourcing alternativo”, a otimização da cadeia de abastecimento e ajustes de preços.
O CEO, Brendan Foley, destacou o modelo de fabrico global como uma “vantagem competitiva” neste cenário.
Estas não são situações isoladas; empresas como a Shopify e a IKEA também enfrentam os efeitos destas políticas.
A “incerteza tarifária” é agora um fator de risco reconhecido, afetando o comportamento de pagamento dos clientes em 12% das empresas portuguesas, segundo um estudo. Esta tendência demonstra uma mudança de paradigma: em vez de apenas absorverem os custos, as empresas estão a redesenhar fundamentalmente as suas operações logísticas e de aprovisionamento para construir cadeias de abastecimento mais ágeis e menos dependentes de uma única geografia.











