Esta abordagem, comum no pós-Segunda Guerra Mundial, está a ressurgir devido aos elevados níveis de endividamento global e aos desequilíbrios macroeconómicos.
Na sua análise, Ricardo Reis define a repressão financeira como “um imposto sobre os detentores da dívida”.
Este imposto pode manifestar-se de três formas principais: impostos diretos sobre o setor financeiro, inflação ou depreciação cambial inesperada e, crucialmente, políticas que criam “descontos no retorno que o governo ou o país paga aos credores”.
É neste último ponto que as tarifas alfandegárias desempenham um papel.
Segundo o economista, políticas como as tarifas, a depreciação da moeda e regulamentos financeiros específicos “permitem ao país sustentar mais dívida externa com menores excedentes comerciais”.
Essencialmente, ao dificultar as importações ou ao criar condições favoráveis para a detenção de dívida pública, o Estado consegue reduzir o custo real do seu endividamento.
Reis adverte que “as receitas da repressão” podem ser “significativas e serão tentadoras para os decisores políticos que lutam para equilibrar o orçamento”. Esta perspetiva enquadra as tarifas não apenas como uma ferramenta de política comercial, mas também como um instrumento de gestão da dívida pública, com implicações profundas para os investidores e para a estabilidade financeira internacional.












