Esta medida está a levar os fabricantes chineses a contornar as barreiras através da instalação de produção em solo europeu. A decisão de Bruxelas visa criar condições de concorrência mais equitativas para os fabricantes europeus, que enfrentam um "desafio muito significativo" por parte das marcas chinesas.

Estas últimas têm vindo a ganhar quota de mercado na Europa devido a "preços competitivos" e ao seu avanço tecnológico em baterias e veículos elétricos.

As novas regras impõem uma "taxa adicional de 17%, além dos 10% já existentes" sobre os modelos elétricos exportados da China para a Europa.

Esta medida protecionista levou os fabricantes chineses a adotarem estratégias para mitigar o impacto das tarifas.

A BYD, por exemplo, anunciou a produção do seu modelo híbrido plug-in Seal U DM-i na Turquia a partir de 2026 e do elétrico Dolphin Surf na Hungria, que deverá começar a operar ainda este ano.

Ao produzir em território europeu ou em países vizinhos, a empresa consegue contornar as tarifas de importação, mantendo a sua competitividade.

É de salientar que as motorizações híbridas plug-in, como a do Seal U DM-i, não estão abrangidas pelas tarifas europeias sobre veículos elétricos, o que torna a sua produção na Turquia uma jogada estratégica para a BYD. Esta tendência de relocalização da produção é vista como uma resposta direta às políticas comerciais europeias, que procuram equilibrar a proteção da indústria local com os objetivos de transição energética.