Esta conjuntura adversa está a dificultar o crescimento das exportações e a testar a resiliência das cadeias de abastecimento.
A instabilidade geopolítica e as “profundas alterações da política comercial global, resultantes do aumento do protecionismo norte-americano”, são identificadas como os principais riscos para a economia.
Em Portugal, esta conjuntura torna mais difícil atingir a meta de as exportações representarem 60% do PIB até 2030, uma vez que o peso das vendas ao exterior tem vindo a cair.
O Governo antecipa que o impacto das tarifas se faça sentir “sobretudo em 2026”, com um abrandamento da procura externa.
A indústria de componentes automóveis, que representa 15% das vendas de bens transacionáveis de Portugal, prevê uma desaceleração pelo segundo ano consecutivo, com as exportações a deverem descer para 11,7 mil milhões de euros. A indústria siderúrgica alemã, por sua vez, enfrenta uma “situação de crise existencial”, levando o chanceler Friedrich Merz a defender a necessidade de “uma proteção eficaz no comércio exterior” contra as tarifas dos EUA e a concorrência de aço subsidiado da Ásia. Fabricantes de automóveis como a BMW também sentem o impacto, com o seu administrador financeiro a prever “um impacto de 1,5 pontos na margem anual devido às tarifas aplicadas por Washington”. A Toyota, apesar de registar vendas recorde, viu o seu lucro operacional cair 18,6% no primeiro semestre fiscal, em parte devido aos encargos aduaneiros nos EUA, que totalizaram 5,1 mil milhões de euros.
Até a Tesla sofreu um “duro golpe” devido às tarifas impostas pela administração Trump.













