Esta política da Administração Trump, que visa forçar a instalação de produção local nos EUA, poderá ter um impacto significativo no setor em Portugal, ao mesmo tempo que abre oportunidades para reforçar a autonomia estratégica da Europa. De acordo com um estudo da LLYC Europa, o acordo celebrado em julho de 2025, que introduziu tarifas de até 15%, já representa uma mudança de paradigma. A ameaça de um agravamento para 100% gera uma incerteza acrescida sobre a competitividade global do setor.
As consequências mais imediatas incluem o encarecimento de matérias-primas, pressão sobre os preços dos medicamentos e a fragilização das cadeias de fornecimento. Para Portugal, cuja indústria farmacêutica tem uma forte orientação exportadora, com vendas de 1.390 milhões de dólares para os EUA em 2023, o impacto poderá ser particularmente sentido. No entanto, o estudo identifica também “janelas de oportunidade”, como a possibilidade de uma reindustrialização europeia, a atração de mais investimento em Investigação & Desenvolvimento (I&D) e ensaios clínicos para Portugal, e o avanço para uma política comum de preços na UE.
Carlos Parry, líder de Healthcare da LLYC Europa, sublinha que, para a indústria continuar a inovar, são necessários “quadros legislativos que ofereçam incentivos reais”.
A resposta a esta pressão global terá de ser unificada a nível europeu para manter a competitividade do setor.












