As tarifas impostas pela administração Trump a produtos chineses estão a levar os fabricantes asiáticos a desviar as suas exportações para o mercado europeu, onde procuram escoar a produção a preços mais baixos.

Este fenómeno, alertado pelo ministro da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, coloca em causa a competitividade das empresas portuguesas.

O ministro descreveu a situação como uma “invasão” do mercado europeu com produtos mais baratos, classificando o assunto como “sério, mesmo”.

A indústria têxtil e de moda nacional, um setor de grande importância para o emprego e para a balança comercial, vê-se assim confrontada com uma concorrência intensificada que não resulta de dinâmicas de mercado tradicionais, mas de uma reconfiguração forçada das rotas comerciais globais. A solução, segundo o governante, passa por uma resposta estratégica que não pode depender apenas de uma eventual nova regulação internacional.

O Governo português está a apostar na diversificação de mercados para as empresas nacionais, tendo aumentado e antecipado “vários milhões de euros de recursos dos fundos europeus para a internacionalização das empresas”. Adicionalmente, está a ser preparada uma reformulação dos seguros de crédito à exportação para apoiar as empresas na procura de novos clientes em mercados alternativos, mitigando os riscos associados à entrada em geografias menos conhecidas. Esta situação demonstra como as políticas tarifárias de uma potência podem ter efeitos em cascata, prejudicando indústrias em mercados terceiros.