Esta contração é atribuída, em grande parte, à menor procura dos principais clientes europeus, cujas operações são afetadas pela instabilidade geopolítica e pelas tensões comerciais globais, incluindo as tarifas implementadas pela administração Trump.
Segundo a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), o volume de negócios do setor deverá fixar-se em 14,2 mil milhões de euros em 2025, uma quebra de 1,4% face a 2024. As exportações, que representam 85% das vendas, deverão cair de 12,2 mil milhões para 11,7 mil milhões de euros.
O mercado europeu absorve 88,3% destas exportações, com Espanha, Alemanha e França no topo, sendo estes mercados diretamente afetados pelo abrandamento económico e pela guerra comercial.
O impacto das tarifas norte-americanas é sentido de forma indireta, como explica o economista Pedro Brinca, ao notar que a “maquinaria de transporte é um dos principais itens de exportação portuguesa, muito dirigido para a Alemanha”, um país cuja indústria automóvel é um dos alvos das políticas protecionistas dos EUA. Este “choque em cadeia” evidencia a vulnerabilidade de um setor tão integrado nas cadeias de valor globais.
Apesar da retração, a AFIA destaca que os valores atuais já superam os níveis pré-pandemia, o que demonstra a resiliência da indústria, mas o cenário de incerteza permanece como o principal desafio.













