Esta política protecionista é vista como um dos maiores entraves ao dinamismo das exportações.

A instabilidade geopolítica e as tensões comerciais foram identificadas como fatores que marcam o ambiente económico, com a Associação Empresarial de Portugal (AEP) a sublinhar a “falta de previsibilidade quanto às cadeias de abastecimento, à estabilidade dos mercados e às tarifas comerciais internacionais”.

A indústria automóvel alemã, um pilar da economia europeia, encontra-se particularmente vulnerável, enfrentando não só as tarifas de Trump, mas também a concorrência chinesa e os elevados custos energéticos.

Em Portugal, o impacto é transversal.

O setor têxtil teme que a China, confrontada com as tarifas norte-americanas, procure “invadir” o mercado europeu com produtos mais baratos, colocando em causa a competitividade das empresas nacionais. No setor vitivinícola, a José Maria da Fonseca reconhece que, embora o mercado norte-americano já estivesse em queda antes das tarifas, estas representam “uma dificuldade acrescida”. O presidente da Associação Portuguesa dos Agentes de Navegação (AGEPOR), António Belmar da Costa, considera que a política protecionista é um dos “grandes fatores de instabilidade”, embora acredite que, a médio prazo, a tendência será para uma revisão em baixa. A perceção geral entre os empresários é que a guerra comercial cria um ambiente adverso que limita o crescimento e obriga a uma reavaliação das estratégias de internacionalização, num cenário em que a previsibilidade é um ativo cada vez mais raro.