Num importante sinal de desanuviamento na guerra comercial, a China e os Estados Unidos acordaram suspender mutuamente as taxas portuárias impostas em outubro. A China também levantou a proibição de exportação de metais raros essenciais para os EUA, medidas que surgem após um encontro entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump. A decisão de Pequim, anunciada pelo Ministério do Comércio, reverte uma ordem de dezembro de 2024 que proibia a exportação de artigos de dupla utilização relacionados com gálio, germânio e antimónio para os Estados Unidos, além de controlos rigorosos sobre o grafite. A suspensão destas restrições, bem como de outras sobre terras raras e componentes para baterias, tem a duração de um ano.
Em troca, os EUA comprometem-se a suspender investigações contra os setores marítimo, logístico e de estaleiros do gigante asiático.
As “taxas portuárias especiais”, que Pequim aplicava a navios norte-americanos desde 14 de outubro, foram uma retaliação a uma medida semelhante imposta por Washington em abril contra navios chineses. As tarifas eram de 56 dólares por tonelada líquida para navios dos EUA que chegavam a portos chineses e de 50 dólares para navios chineses em portos americanos.
A suspensão mútua destas taxas, que entra em vigor na segunda-feira seguinte ao anúncio, representa uma trégua num conflito que tem gerado instabilidade no comércio global e nas cadeias de abastecimento, com os mercados asiáticos e europeus a reagirem positivamente à notícia.
Em resumoO acordo entre a China e os EUA para suspender taxas portuárias e restrições à exportação de metais raros marca uma trégua na guerra comercial. Esta decisão, resultante de negociações ao mais alto nível, oferece um alívio temporário a setores estratégicos e aos mercados financeiros, embora a rivalidade económica estrutural entre as duas potências permaneça.