Este movimento estratégico está diretamente ligado à negociação de uma redução das taxas alfandegárias impostas às empresas japonesas.

O investimento, que eleva o total da empresa nos EUA para cerca de 60 mil milhões de dólares, foi confirmado após o Presidente Donald Trump o ter antecipado numa visita a Tóquio.

A medida é vista como uma resposta direta às políticas comerciais da administração norte-americana, que pressiona os seus parceiros comerciais a aumentarem os investimentos locais “em troca de uma redução das taxas alfandegárias”. O impacto destas barreiras é significativo para a construtora japonesa, que estima em 1,45 biliões de ienes (cerca de 8 mil milhões de euros) o efeito negativo das taxas nos seus lucros operacionais para o exercício de 2025-2026. A Toyota, que vendeu 2,33 milhões de veículos nos EUA em 2024, importou 1,06 milhões de unidades do Japão e do México, tornando-a particularmente vulnerável a sobretaxas.

A estratégia de investimento visa, portanto, mitigar estes riscos e garantir condições comerciais mais favoráveis. Parte deste investimento já se materializou com o início formal da produção na nova fábrica de baterias em Liberty, na Carolina do Norte, um projeto de 13,9 mil milhões de dólares que criará 5.100 postos de trabalho. O presidente da Toyota na América do Norte, Ted Ogawa, descreveu o investimento como um “momento essencial” que reforça o compromisso da empresa com o mercado norte-americano.

A situação ilustra a complexa interação entre decisões de investimento corporativo e a geopolítica comercial, onde grandes empresas utilizam a sua capacidade de investimento como moeda de troca para influenciar políticas tarifárias.