Esta reconfiguração das rotas comerciais aumenta a pressão sobre as indústrias europeias, nomeadamente os setores químico e têxtil, que enfrentam uma concorrência intensificada. As barreiras comerciais norte-americanas tornaram o mercado dos EUA menos atrativo para os exportadores chineses, que redirecionam os seus produtos para a Europa, o segundo maior mercado de consumo. Um estudo da Crédito Y Caución sobre a indústria química alerta que “as tarifas dos Estados Unidos podem desviar mais exportações chinesas para a Europa, reduzindo a procura por produtos europeus fabricados com produtos químicos locais”. Esta dinâmica agrava o excesso de oferta global e pressiona as margens dos produtores europeus, que já lidam com custos energéticos mais elevados.
O mesmo fenómeno é observado no setor têxtil.
O ministro da Economia, Castro Almeida, manifestou preocupação com a situação da indústria têxtil portuguesa, que enfrenta a concorrência da China, que tenta “‘invadir’ o mercado europeu perante o aumento das tarifas norte-americanas”.
Esta situação coloca as empresas portuguesas e europeias numa posição difícil, competindo com produtos que, em muitos casos, beneficiam de custos de produção mais baixos e de forte apoio estatal.
A consequência é uma ameaça direta à competitividade e à sustentabilidade de setores industriais chave na Europa, que se veem forçados a adaptar-se a um novo cenário comercial moldado pela disputa entre Washington e Pequim.













