O Governo e economistas antecipam que o impacto se sinta de forma mais acentuada em 2026, afetando o crescimento económico nacional.
O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, afirmou que Portugal está “mais longe da meta de exportar pelo menos 60% do PIB até 2030” devido a uma “conjuntura internacional adversa, marcada por instabilidade geopolítica, tensões comerciais e guerras”.
A “elevada incerteza” quanto às “tarifas comerciais internacionais” leva muitas empresas a adiar decisões de investimento.
Esta visão é corroborada pelo próprio Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2026, que antecipa que “o impacto das tarifas se faça sentir sobretudo em 2026”. O executivo estima que o efeito na taxa de crescimento do PIB nacional “pode rondar 0,15%”, combinando impactos diretos e indiretos, uma vez que as economias europeias, principais parceiros de Portugal, também serão penalizadas. O economista Pedro Brinca reforça este ponto, assinalando que as tarifas “vão gerar uma contração do comércio internacional mundial”.
Um dos setores portugueses afetados é o têxtil, que enfrenta a concorrência acrescida de produtos chineses desviados para a Europa devido às barreiras norte-americanas, uma preocupação partilhada pelo ministro da Economia, Castro Almeida.
A situação demonstra a vulnerabilidade da economia portuguesa, fortemente dependente do comércio externo, às flutuações da política comercial global.












