Os casos do grupo Ingka, detentor da IKEA, e da Funko, fabricante das figuras Pop, ilustram como as barreiras comerciais afetam os custos operacionais e a rentabilidade. O grupo Ingka, principal franchisado da IKEA, foi “forçada a aumentar alguns preços nos EUA devido às tarifas sobre produtos importados da Europa e da China”.

Embora a empresa afirme ter absorvido parte desses custos, a medida foi necessária para fazer face às sobretaxas, num mercado que representa 12,6% das suas vendas totais.

Este exemplo demonstra como as políticas tarifárias se traduzem em custos mais elevados que, em última instância, podem ser repassados para os consumidores finais, mesmo por empresas que praticam uma política geral de preços baixos.

Numa situação mais grave, a Funko, conhecida pelas suas figuras colecionáveis, admitiu em documentos oficiais ter uma “dúvida substancial” sobre a sua capacidade de continuar a operar.

A empresa atribuiu as suas sérias dificuldades financeiras, que incluíram uma perda líquida de um milhão de dólares no último trimestre, a vários fatores, incluindo “o impacto das tarifas impostas às importações”. Para a Funko, as tarifas agravaram um cenário já desafiador, contribuindo para a queda nas vendas e para a pressão sobre as suas margens de lucro.

Estes dois casos mostram os efeitos concretos das guerras comerciais no tecido empresarial, afetando tanto gigantes do retalho como empresas de nicho.