Esta conjuntura adversa ameaça a competitividade de um dos pilares da economia europeia e já levanta preocupações sobre a possibilidade de despedimentos em massa nos próximos anos.

As medidas protecionistas da administração Trump tiveram um impacto direto no setor, com as tarifas a prejudicarem as exportações de veículos alemães. Um relatório da Crédito y Caución especifica que as tarifas dos EUA sobre as exportações de automóveis alemães estão a afetar subsetores como o de tintas e vernizes.

Esta pressão externa soma-se a desafios internos, como os elevados custos de produção e a transição para a mobilidade elétrica, onde a concorrência de fabricantes chineses é cada vez mais intensa. A combinação destes fatores está a criar um ambiente de grande incerteza para os fabricantes de componentes em Portugal que fornecem a indústria alemã. A Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) alerta que, perante as dificuldades do seu principal cliente, "não há como não sofrer" as consequências.

A situação reflete a interconexão das cadeias de valor europeias e a vulnerabilidade da indústria nacional às crises que afetam os seus maiores parceiros comerciais, tornando a estabilidade das relações comerciais internacionais um fator crítico para a economia portuguesa.