Esta perspetiva surge na sequência de um acordo alcançado entre Washington e Bruxelas, que trouxe alguma estabilidade às relações comerciais, embora o ministro reconheça a necessidade de a Europa se fortalecer no cenário geopolítico.
Durante a sua intervenção na Web Summit, Miranda Sarmento declarou que a "incerteza das tarifas já passou" e que as exportações estão a recuperar desde agosto e setembro. Apesar de considerar que o acordo com os EUA não foi ideal, pois "qualquer macroeconomista lhe dirá que as tarifas prejudicarão as economias", reconheceu a sua importância para a estabilidade.
No entanto, o otimismo do ministro é temperado por uma visão estratégica de longo prazo.
Defendeu que a Europa "tem de se rearmar" e que a defesa é um "bem público europeu", sugerindo a emissão de dívida comum para financiar prioridades como a defesa, infraestruturas e as transições digital e energética. Esta posição revela uma consciência de que, apesar da trégua comercial, os riscos geopolíticos que motivam as disputas tarifárias persistem. De acordo com um estudo, uma guerra tarifária com os EUA teria um impacto limitado no PIB português, inferior a 0,1%, o que pode explicar a postura mais tranquila do Governo em relação aos efeitos diretos.














