O Barómetro da KPMG revela que as tensões comerciais pesam nas opiniões dos gestores, que antecipam um crescimento moderado num contexto internacional que consideram adverso e volátil. Na apresentação dos resultados do barómetro, Vitor Ribeirinho, CEO da KPMG Portugal, afirmou que "o contexto internacional, apesar das boas notícias recentes em relação ao conflito no Médio Oriente, e as tarifas comerciais dos EUA continuam a pesar nas opiniões". Esta perceção de risco é partilhada por outros líderes empresariais, como os do Barómetro da Executive Digest, que manifestam um "otimismo moderado" e apontam a instabilidade geopolítica e as tarifas como fatores que marcam o último trimestre do ano.

A preocupação é transversal a vários setores.

Na indústria automóvel, a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) alerta que, "sem competitividade, Portugal e a Europa arriscam perder terreno nas cadeias globais de valor", num ambiente onde as tensões comerciais são um dos principais desafios. Esta apreensão generalizada demonstra que a política comercial norte-americana deixou de ser um problema distante para se tornar um fator concreto na tomada de decisões, influenciando as estratégias de investimento, as projeções de receitas e a gestão de risco das empresas europeias.