Esta situação evidencia a vulnerabilidade das empresas europeias sem produção local nos Estados Unidos, forçando-as a reavaliar os seus planos estratégicos.
A pressão tarifária norte-americana está a custar ao Grupo Volkswagen "milhões de euros por semana", um encargo que levou o conselho de supervisão a adiar a aprovação do seu plano de investimentos de dezenas de milhares de milhões de euros para os próximos cinco anos. Marcas como a Audi e a Porsche são descritas como "duramente atingidas", uma vez que, ao contrário de concorrentes como a BMW e a Mercedes-Benz, não possuem produção local nos EUA para contornar as taxas.
Este adiamento coloca em risco a modernização de quase 100 fábricas a nível global e o lançamento de novos modelos, com um défice de investimento estimado em cerca de 11 mil milhões de euros só para 2026. Um dos projetos específicos em risco é a construção de uma nova fábrica da Audi nos Estados Unidos, uma medida considerada necessária para evitar as "onerosas tarifas norte-americanas". A situação do grupo alemão insere-se num contexto mais vasto, em que a indústria automóvel germânica se encontra num "ponto de rutura", enfrentando uma combinação de desafios que incluem a forte concorrência chinesa, os custos da transição para veículos elétricos e o impacto direto das "tarifas de Trump sobre as exportações". Este cenário demonstra uma ligação clara entre as políticas comerciais protecionistas e as decisões de alocação de capital das multinacionais, que se veem obrigadas a repensar os seus planos de produção e investimento globais.














