As medidas protecionistas afetaram múltiplos setores, desde o automóvel ao têxtil, e motivaram respostas tanto a nível empresarial como institucional.
A imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos foi identificada como um dos principais riscos para a estabilidade financeira global. O vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, alertou que, embora o risco de uma guerra comercial em larga escala tenha sido evitado, "os efeitos de contágio adverso além da esfera comercial destacaram os riscos para a estabilidade financeira". Esta perceção de risco foi partilhada por diversos setores.
Na indústria automóvel, o "aumento das tarifas aduaneiras" foi visto como um dos múltiplos desafios que pressionam os fabricantes, enquanto o setor da moda antecipou um agravamento das condições de mercado em 2026, em parte devido a "tarifas imprevisíveis". Em Portugal, um estudo do PlanAPP quantificou a dependência económica, concluindo que 1,3% do PIB e do emprego estão ligados às exportações para os EUA, com os setores têxtil e de produtos metálicos a serem os mais expostos. No entanto, as previsões económicas da Comissão Europeia apresentaram uma visão mais matizada, colocando Portugal entre os cinco países da UE "menos expostos" às tarifas, devido a taxas efetivas mais baixas e a um volume de exportações limitado para os EUA.
A instabilidade comercial também impulsionou uma reorientação estratégica, com o Canadá a procurar diversificar o seu comércio e a União Europeia a acelerar a conclusão do acordo com o Mercosul para encontrar mercados alternativos.














