O impacto em Portugal, embora considerado menor pela Comissão Europeia, é significativo para setores específicos.

Um estudo do PlanAPP revelou que 1,3% do PIB e do emprego em Portugal dependem das exportações para os EUA, sendo o setor têxtil o mais exposto.

No setor automóvel, o impacto é global.

A Jaguar Land Rover (JLR) reportou um custo adicional de 74 milhões de libras devido às tarifas de 10% sobre as exportações do Reino Unido e 15% sobre as da Eslováquia para os EUA.

O Grupo Volkswagen adiou o seu plano de investimentos, em parte devido à incerteza tarifária que afeta marcas como a Audi e a Porsche.

Em resposta, outros construtores, como a Toyota e a Hyundai, anunciaram investimentos maciços nos EUA para mitigar estes custos, após negociarem reduções tarifárias com Washington.

A economia japonesa também sentiu os efeitos, com o Banco do Japão a adotar uma postura cautelosa face ao impacto das tarifas na desvalorização do iene.

As tensões estendem-se a outros parceiros comerciais, como a Índia, que enfrentou tarifas de 50% (incluindo uma penalização pela compra de petróleo russo), embora negociações recentes tenham resultado na isenção de alguns produtos agrícolas indianos.

A imprevisibilidade da política comercial norte-americana tornou-se um dos principais riscos geopolíticos para as empresas, como reflete o Global Risk Management Survey da Aon.