A indústria metalúrgica e metalomecânica de Portugal, o setor mais exportador da economia nacional, enfrenta uma ameaça significativa devido à decisão da União Europeia de endurecer as medidas de proteção sobre o aço. As novas regras incluem a duplicação das tarifas e a redução das quotas de importação isentas de taxas. As novas medidas da UE preveem a duplicação da tarifa de 25% para 50% sobre as importações de aço que excedam a quota estabelecida, a qual foi reduzida em 47% para 18,3 milhões de toneladas anuais. Esta política é vista pela indústria transformadora como uma forma de proteger a siderurgia europeia à custa das empresas que utilizam o aço como matéria-prima, deixando-as “reféns” da compra de material mais caro.
Rafael Campos Pereira, vice-presidente da AIMMAP, alertou que esta situação pode levar à deslocalização da produção para fora da Europa. Paulo Sousa, CEO da Colep Packaging, partilha da mesma preocupação, afirmando que a indústria transformadora europeia “vai perder postos de trabalho” se não conseguir comprar matérias-primas competitivas.
Em resposta, a Associação Empresarial do Minho (AEMinho) entregou ao ministro da Economia um plano de mitigação com um custo público estimado de 414 milhões de euros em três anos. O plano propõe medidas como uma linha de crédito bonificado, majoração fiscal, vales de engenharia digital e IA, e incentivos à reciclagem. A associação estima que este investimento poderia mobilizar mais de 830 milhões de euros de investimento privado, proteger entre 5.000 e 8.000 empregos e gerar um impacto acumulado no PIB entre 150 e 250 milhões de euros.
Em resumoA duplicação das tarifas e a redução das quotas de importação de aço pela UE ameaçam a competitividade da indústria metalomecânica portuguesa. Associações como a AIMMAP e a AEMinho alertam para o risco de deslocalização e perda de empregos, propondo ao Governo um plano de mitigação de 414 milhões de euros para proteger o setor mais exportador do país e garantir a sua sustentabilidade.