Fabricantes europeus e americanos estão a adaptar os seus planos de expansão, cadeias de abastecimento e modelos de produção para mitigar os custos adicionais e a incerteza comercial.

A política tarifária norte-americana está a ter consequências diretas nas decisões estratégicas de várias empresas do setor automóvel.

A Cupra, marca do grupo SEAT S.A., arquivou os seus planos de entrada no mercado dos EUA, uma decisão que, segundo analistas, terá sido influenciada pela tarifa de 15% aplicada a veículos da União Europeia.

A Jaguar Land Rover (JLR) sentiu um impacto financeiro direto, com as tarifas a representarem um custo adicional de 74 milhões de libras num único trimestre.

Os seus veículos enfrentam uma tarifa de 10% se produzidos no Reino Unido e de 15% se exportados da Eslováquia. Em resposta às tarifas sobre componentes chineses, gigantes americanas como a General Motors e a Tesla exigiram que os seus fornecedores encontrassem alternativas no prazo de dois anos.

Por outro lado, a Toyota anunciou um investimento adicional de 10 mil milhões de dólares nos EUA, incluindo a sua primeira fábrica de baterias fora do Japão. Este movimento ocorre num contexto em que um acordo comercial entre os EUA e o Japão fixou uma tarifa de 15% sobre a maioria dos produtos japoneses, um valor inferior aos 25% inicialmente ameaçados pela administração Trump, sugerindo que o investimento direto nos EUA é uma estratégia para contornar as barreiras à importação.