A companhia aérea justifica a sua retirada com um conjunto de fatores financeiros que considera insustentáveis. Em comunicado, a Ryanair aponta para um aumento de 120% nas taxas de navegação aérea após a pandemia, a introdução de uma nova “taxa de viagem de dois euros” e as taxas aeroportuárias definidas pela ANA, que acusa de ser um “monopólio aeroportuário francês”.
A empresa critica o Governo português por não intervir para proteger a competitividade da região, numa altura em que outros países da UE estão a abolir taxas para estimular o crescimento.
A decisão, segundo a Ryanair, resultará na perda de seis rotas e cerca de 400 mil passageiros por ano.
A transportadora estende as críticas à União Europeia, acusando as taxas ambientais (ETS) de prejudicarem regiões remotas como os Açores, enquanto isentam voos de longo curso mais poluentes.
Em resposta, tanto o Governo como a ANA – Aeroportos de Portugal manifestaram “enorme surpresa”.
O Ministério das Infraestruturas contrapõe que “a taxa de rota aplicada aos Açores é a mais baixa da Europa e que a taxa de terminal se situa entre as mais reduzidas”, acrescentando que as taxas não aumentaram em 2025 nem está previsto um aumento para 2026. A ANA afirmou que as conversas recentes com a companhia estavam “orientadas no sentido de aumentar, e não reduzir” a oferta.
Outras entidades do setor, como a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), expressaram preocupação, enquanto a associação Visit Azores considera a declaração da Ryanair uma forma de “pressão negocial”.














