As alterações incluem a duplicação da tarifa para 50% sobre as importações que excedam as quotas estabelecidas, uma medida que, segundo os industriais, compromete a competitividade e pode forçar a deslocalização da produção. A Comissão Europeia está a ajustar as medidas para proteger o setor siderúrgico primário europeu, o que implica “aumentar taxas e diminuir quotas de importação para a Europa”.

No entanto, a indústria transformadora, representada pela Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), argumenta que esta política deixa as empresas “reféns” da compra de matéria-prima mais cara no mercado europeu. O CEO da Colep Packaging, Paulo Sousa, alertou que as empresas poderão ter de “deslocalizar produção” para países como a Turquia ou a Albânia, onde podem adquirir aço mais barato e exportar os produtos acabados para a Europa sem tarifas.

Esta visão é partilhada por António Pedro Antunes, CEO da Metalogalva, que afirma que “70% do negócio está em risco” e acusa Bruxelas de “criar desequilíbrios no mercado” ao tentar proteger a siderurgia à custa dos transformadores. Em resposta, a Associação Empresarial do Minho (AEMinho) apresentou ao Governo um plano de 400 milhões de euros para mitigar o impacto, propondo medidas como linhas de crédito bonificado e incentivos fiscais para proteger entre 5.000 e 8.000 postos de trabalho. O ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, reconheceu os desafios, afirmando que a posição de Portugal é de “equilíbrio e prudência”.