A política monetária do Banco do Japão (BoJ) permanece cautelosa, aguardando maior clareza sobre as consequências das barreiras comerciais impostas por Washington.
As autoridades japonesas estão a monitorizar a moeda “com um elevado sentido de urgência”, segundo o porta-voz do Executivo, Minoru Kihara. A fraqueza do iene é atribuída a uma combinação de fatores, incluindo a preocupação com a saúde orçamental do país e a política monetária expansionista do novo governo. Um elemento central desta instabilidade é a decisão do BoJ de manter em pausa o ciclo de subida das taxas de juro, iniciado em março de 2024, para analisar o “impacto das tarifas norte-americanas” na economia. O governador do BoJ, Kazuo Ueda, alertou que o impacto real das tarifas ainda não se materializou completamente, justificando a postura prudente do banco central.
Esta interrupção no ciclo de “normalização” monetária foi precipitada pelo regresso de Donald Trump à Casa Branca e pela “política tarifária agressiva que Washington tem vindo a exercer desde então”.
A situação demonstra como as decisões de política comercial dos EUA estão a condicionar a autonomia do Banco do Japão, contribuindo para a volatilidade da moeda e para a incerteza económica na quarta maior economia do mundo.













