A política comercial norte-americana continua a ser um fator de risco proeminente para as empresas europeias. A indústria da pasta de papel foi uma das mais afetadas, com a Altri a reportar uma queda de 86% nos lucros até setembro, justificando o resultado com as “disrupções provocadas pela política americana de imposição de tarifas”. O setor automóvel também sentiu o impacto, com a JLR a registar um custo adicional de 74 milhões de libras devido às tarifas e a Cupra a cancelar os seus planos de expansão para os EUA, onde as taxas aduaneiras para veículos da UE atingem os 15%. No setor da moda, o relatório “The State of Fashion 2026” identifica as tarifas comerciais, especialmente as dos EUA, como uma das principais ameaças ao crescimento da indústria, com 76% dos executivos a considerarem-nas um tema central para o próximo ano.

De forma mais ampla, estas medidas são vistas como uma fonte de instabilidade global. São citadas como causa de “pânico” nos mercados de capitais, um fator de “volatilidade geopolítica” e um dos motivos que leva o Canadá a procurar diversificar os seus parceiros comerciais. A sua influência estende-se até às decisões de política monetária, com o Banco do Japão a analisar o impacto das tarifas norte-americanas antes de proceder a alterações nas taxas de juro.