As relações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos permanecem num equilíbrio delicado, definido por um acordo-base que estabelece uma tarifa de 15% sobre a maioria das exportações europeias, mas com disputas setoriais por resolver. Embora o acordo de julho de 2025 tenha isentado produtos estratégicos, as sobretaxas de 50% sobre o aço e o alumínio europeus continuam em vigor, tornando-se um ponto central de tensão. A complexidade das negociações aumentou com a nova proposta de Washington, que admite baixar estas tarifas apenas se a UE flexibilizar a sua regulação sobre as gigantes tecnológicas norte-americanas.
O Secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, apelou a uma “abordagem equilibrada” por parte de Bruxelas, ligando diretamente a política digital à política comercial.
Em resposta, a Comissão Europeia não só considera prioritária a redução das taxas sobre os metais, como apresentou uma contraproposta para alargar a lista de isenções a outros produtos sensíveis, como vinho, calçado e equipamento médico.
Esta dinâmica de negociação reflete-se na balança comercial, cujo excedente europeu diminuiu significativamente no terceiro trimestre de 2025, após um pico no início do ano motivado pela antecipação de encomendas de empresas que temiam a imposição de novas tarifas.
Este cenário demonstra como a incerteza tarifária condiciona as estratégias empresariais e os fluxos comerciais transatlânticos, transformando cada setor numa potencial moeda de troca nas negociações entre as duas potências económicas.
Em resumoA relação comercial UE-EUA é marcada por um frágil equilíbrio, onde um acordo geral convive com disputas setoriais intensas. As negociações sobre as tarifas do aço estão agora interligadas com a regulação digital, enquanto a UE procura expandir as isenções para proteger indústrias chave, num complexo jogo de interesses económicos e estratégicos.